A Estricnina, um alcalóide indólico extraído das sementes da planta Strychnos nux vomica ou Strychnos ignatii, é o veneno com mais referências históricas e actualmente continua a ser o mais utilizado em Portugal, apesar da sua comercialização estar proibida. Nos casos de envenenamento de fauna em que foi possível comprovar laboratorialmente o envenenamento, a Estricnina foi o tóxico detectado em mais de 60% dos casos.

Águia-real envenenada com Estricnina em Sendim (Miranda do Douro), Junho de 2002
Foto: Miguel Nóvoa
Este veneno de elevadíssima toxicidade foi durante muito tempo comercializado legalmente em Portugal e noutros países. No entanto, os efeitos do seu uso e o impacte registado em muitas espécies levaram à proibição da sua comercialização e utilização em muito países. Contudo, a aparente falta de controlo sobre a posse deste tóxico leva a que muitas pessoas ainda o possuam e utilizem, assim como outros igualmente proibidos. Nos meios rurais, estas situações são particularmente preocupantes pois é frequente obter referências e rumores sobre possíveis locais de venda um pouco por todo o país. Esta aparente facilidade de obtenção deste veneno, aliada a uma cultura de fácil utilização, constitui uma séria ameaça à conservação de muitas espécies que ocorrem no nosso país.

Frasco com Estricnina, um veneno ainda muito utilizado ilegalmente em Portugal
Foto: Santiago Burneo
Toxicologia Clínica:
- Envenenamento com Estricnina -
Artigos recomendados:
- Philippe G et al. 2004. About the Toxicity of Some Strychnos species and their alkaloids in Toxicon 44, pp.405-416.
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